Mulheres que Amam Demais

Elas sofrem com uma dura constatação: investem mais no relacionamento do que eles, sentem que o amor depositado não tem um retorno a contento, temem que são traídas ou que estão prestes a ser abandonadas. Pior: acham que nunca conseguirão viver sem seus parceiros, toda sua identidade, autoestima e futuro dependente do afeto e da atenção que especificam deles.

O diagnóstico da síndrome do “amar demais” ganhou como livrarias na metade dos anos 1980 com “Mulheres que Amam Demais” , lançado pela terapeuta conjugal e conselheira pedagógica Robin Norwood. A norte-americana especializou-se no tratamento de padrões mórbidos de relacionamento amoroso e no tratamento de viciados em álcool e drogas.

Em 1985, “Mulheres que Amam Demais” começou a virar o livro de cabeceira de muitas vítimas do comportamento afetivo obsessivo. 

São 11 capítulos que tentam dar um “choque” sobre os prejuízos de um relacionamento em que o outro é sufocado, monitorado, obtenção, alvo de ciúmes doentios, expectativas exageradas: “Amar o homem que não corresponde a esse amor”, “Bom relacionamento sexual em relações ruínas “,” Se eu sofrer por você, você me ama? “,” A necessidade de ser necessária “,” Vamos dançar? “,” Homens que escolhem mulheres que amam demais “,” A Bela e a Fera “, “Quando um vício alimenta o outro”, “Morrer por amor”, “O Caminho da Recuperação” e “Recuperação e intimidade: diminuindo a distância”.

Uma das hipóteses neste clássico da leitura feminina é a tendência de algumas mulheres tentarem “salvar” seus parceiros com uma boa noite de sexo, principalmente depois de uma discussão ou briga chata.

“As mulheres que amam demais frequentemente encaram o dilema de bom relacionamento sexual em relações infelizes e sem esperança. Fomos ensinadas que ‘bom’ relacionamento sexual significa amor ‘de verdade, e que, contrariamente, o sexo não poderia ser realmente satisfatório e realizador se o relacionamento não fosse, como um todo, correto para nós “, diz Robin na página 56.

As seguintes características são típicas de mulheres que amam demais:

1. Você vem de um lar desajustado em que suas necessidades emocionais não foram satisfeitas.

2.Como não recebeu um mínimo de atenção, você tenta suprir essa necessidade insatisfeita através de outra pessoa, tornando-se superatenciosa, principalmente com homens aparentemente carentes.

3.Como não pôde transformar seus pais nas pessoas atenciosas, amáveis e afetuosas de que precisava, você reage fortemente ao tipo de homem familiar mas inacessível, o qual você tenta, mais uma vez, transformar através de seu amor.

4.Com medo de ser abandonada, você faz qualquer coisa para impedir o fim do relacionamento.

5.Quase nada é problema, toma muito tempo ou mesmo custa demais, se for para “ajudar” o homem com quem está envolvida.

6.Habituada à falta de amor em relacionamentos pessoais, você está disposta a ter paciência, esperança, tentando agradar cada vez mais.

7.Você está disposta a arcar com mais de 50 por cento da responsabilidade, da culpa e das falhas em qualquer relacionamento.

8.Sua autoestima está criticamente baixa, e no fundo você não acredita que mereça ser feliz. Ao contrário, acredita que deve conquistar o direito de desfrutar da vida.

9.Como experimentou pouca segurança na infância, você tem uma necessidade desesperadora de controlar seus homens e seus relacionamentos. Você mascara seus esforços para controlar pessoas e situações, mostrando-se “prestativa”.

10.Você está muito mais em contato com o sonho de como o relacionamento poderia ser que com a realidade da situação.

11.Você tende psicologicamente e, com freqüência, bioquimicamente a se tornar dependente de drogas, álcool e/ou certos tipos de alimento, principalmente doces.

12.Ao ser atraída por pessoas com problemas que precisam de solução, ou ao se envolver em situações caóticas, incertas e dolorosas emocionalmente, você evita concentrar a responsabilidade em si própria.

13.Você não tem atração por homens gentis, estáveis, seguros e que estão interessados em você. Acha que esses homens “agradáveis” são enfadonhos.

JACÓ, RAQUEL E LIA

Leia Gênesis 29.

Existe uma história na Bíblia que ilustra como a busca pelo amor pode se transformar em um tipo de escravidão. É a história de Jacó e Lia em Gênesis 29, que, apesar de muito antiga, nunca foi tão relevante quanto nos dias de hoje. Sempre foi possível transformar o amor romântico e o casamento em um falso deus, mas vivemos em uma cultura que torna cada vez mais fácil confundir o amor com Deus, ser arrastado por ele e colocar nele todas as esperanças de felicidade […].

Nenhuma pessoa, nem a melhor de todas, pode dar tudo aquilo de que a alma precisa. Você pensará que foi para a cama com Raquel, mas quando acordar será sempre Lia. Essa desilusão e desapontamento cósmicos estão sempre presentes em todos os aspectos da vida, mas nós experimentamos esses sentimentos principalmente em relação ao que mais esperamos.

Quando você finalmente perceber isto, existem quatro resoluções que pode tomar. Pode culpar as coisas que estão desapontando e mudar para outras melhores. Este é o caminho da idolatria continuada e do vício espiritual. A segunda é se culpar, se estapear e dizer: “De alguma forma, fui um fracasso. Vejo a felicidade de todos os outros. Não sei porque não sou feliz. Há algo errado comigo.” Esse é o caminho do autodesprezo e da vergonha. A terceira coisa é culpar o mundo. Você pode dizer “Maldito seja o sexo oposto”, e se tornar cínico, duro e vazio. Finalmente, como C.S. Lewis afirma […] você pode reorientar todo o foco de sua vida para Deus. Ele conclui: “Se encontro em mim um desejo que nenhuma experiência deste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui feito para outro mundo [algo sobrenatural e eterno].”

O fracasso do amor romântico como solução dos problemas humanos é parte da frustração do homem moderno. […] Nenhum relacionamento humano pode suportar o peso do endeusamento. […] Por mais idealizado e idolatrado que seja [o parceiro], ele inevitavelmente mostra imperfeições e fraquezas. No final das contas, o que é que queremos quando elevamos o nosso parceiro a essa posição? Queremos nos livrar das nossas culpas, nossa sensação de vazio. Queremos ser justificados, saber que nossa existência não é em vão. Queremos redenção – nada menos que isso. Não é preciso dizer que parceiros humanos não podem nos redimir.

Com relação ao amor romântico, tanto a idolatria estereotipada do homem quanto a da mulher são becos sem saída. Muitas vezes se diz que “o homem usa o amor para conseguir sexo e a mulher usa o sexo para conseguir amor”. Há alguma verdade nisso, como em todos os estereótipos, mas a história mostra que ambos os falsos deuses desapontam. Porque procurou dar valor à sua vida tendo uma mulher fisicamente bonita, Jacó entregou o coração a uma mulher cujas falhas e imaturidade não conseguia ver. O falso deus de Lia não era o sexo. Ela obviamente tinha acesso ao corpo do marido, mas não ao seu coração e compromisso. Ela o queria “ligado” a ela, queria ter seu coração apegado a ela. Mas isso não aconteceu. A vida dela ficou confinada a frivolidades e misérias.

[…] Lia é a única pessoa nessa triste história a fazer algum tipo de progresso espiritual, embora isso aconteça apenas perto do fim. Primeiro olhe para o que Deus faz nela. Uma das coisas que estudiosos notam é que, em todas as suas declarações, Lia invocou o Senhor. Ela usou o nome Jeová […] Assim, embora estivesse em luta e confusa, ela pôde se achegar a um Deus pessoal e gracioso.

Depois de anos engravidando, no entanto, houve uma importante descoberta. Quando deu à luz seu quarto filho, Judá, ela disse: “Desta vez louvarei o Senhor.” Havia um desafio nessa afirmação. Era uma declaração diferente das que ela havia feito depois dos partos anteriores. Não havia menção ao filho ou ao marido. Parece que ela finalmente havia desviado seus desejos mais profundos do marido e dos filhos, direcionando-os para o Senhor. Jacó e Labão haviam roubado a vida de Lia, mas ela a recebeu de volta quando finalmente entregou seu coração ao Senhor.

Não devemos olhar apenas para o que Deus fez nela. Temos de olhar também para o que Deus fez por ela. Lia deve ter sentido que havia algo de especial nesse último filho. Ela deve ter tido a intuição de que Deus fizera algo por ela. E de fato fizera […] O filho era Judá, e em Gênesis 49 nos é dito que é por meio dele que o verdadeiro Rei, o Messias, virá um dia. Deus veio à garota que ninguém queria, a mal amada, e fez dela a mãe ancestral de Jesus. […] O texto diz que, quando o Senhor viu que Lia não era amada, ele a amou. É como se Deus declarasse: “Eu sou o verdadeiro noivo, o marido das sem marido, o pai dos órfãos”. Esse é o Deus que salva pela graça.

[…] aqui está a força para superarmos as idolatrias. Existem muitas pessoas no mundo que não encontraram pares românticos, e elas precisam ouvir o Senhor dizer: “Eu sou o verdadeiro Noivo. Há apenas um par de braços que pode dar tudo o que o seu coração deseja e espera por você no final dos tempos, se você se voltar para mim e souber que eu amo você agora”. No entanto, não apenas os que não têm cônjuge precisam ver que Deus é seu principal cônjuge, mas também aqueles que os têm. Eles precisam disso para salvar seus casamentos do peso esmagador de suas expectativas divinas. Se você se casa com uma pessoa esperando que ela seja um deus, o desapontamento é inevitável. Não é que você deva amar menos seu parceiro [ou que você não deva ansiar por um], mas sim que você deve conhecer e amar mais a Deus. Como podemos conhecer o amor de Deus de forma profunda a ponto de libertar nossos cônjuges de nossas expectativas sufocantes? Voltando-nos àquele para quem a vida de Lia aponta […] Jesus Cristo.

Ps.: Em nossa cultura moderna, vem havendo uma tendência de libertar as mulheres do ideal de casamento e filhos, mas vale destacar que o ponto que o autor pretende neste capítulo não é incentivar as mulheres (como a cultura moderna faz) a abandonarem a ideia de casar e ter filhos. Afinal, não é ruim desejar isso, o ponto em questão é quando esse desejo se torna o sentido da vida, um ídolo. Para as solteiras o ídolo pode ser o casamento, a ideia de que enquanto não encontrar alguém a vida não terá sentido pleno. Depois de casadas o ídolo pode se tornar o amor do marido, os filhos, o lar. Para alguns o ídolo é o amor, para outros o trabalho, a carreira, a formação acadêmica, o dinheiro. O autor aborda várias áreas que podem se tornar ídolos em nossas vidas. Por isso, é importante que, sejam quais forem os ídolos, eles precisam ser descobertos o quanto antes.

O fato é que, enquanto não nos rendermos ao senhorio de Cristo, a nossa vida será uma constante busca para preencher o vazio que só o Senhor pode preencher. Ainda que tenhamos tudo, nada nunca nos satisfará por completo.

Somente quando nos deleitamos no Senhor nossos anseios são realizados. Sem nos esquecer de que, como disse Lewis, que a satisfação plena da nossa alma só será suprida na eternidade, pois fomos projetados para ela e até que nos encontremos lá, sempre sentiremos que por melhores que sejam as coisas deste mundo, há algo muito mais sublime que Deus ainda não nos revelou, algo que só provaremos quando tivermos nossos corpos glorificados. (Timothy Keller)

“Mulheres Que Amam Demais: Quando Você Continua a Desejar e Esperar que Ele Mude”

Autor : Robin Norwood
Editora : Rocco
Páginas : 320
Quanto : R$ 21,90
Onde comprar : https://amzn.to/3GvOqpN

Fontes:

teologiaparamulheres.wordpress.com

Deuses Falsos – Timothy Keller

Mulheres que Amam Demais – Robin Norwood

Por que me preocupar? | Paul Tripp

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Você já se sentiu tão frustrado, irritado, ferido, deprimido, ou exausto que jogou tudo para o alto e disse: “Por que eu deveria me preocupar com isso?”

Aqui estão algumas experiências que provocam essa reação dentro de mim:

  • Líderes políticos ou empresários corruptos que abusam de seus poderes para obter ganhos pessoais.
  • A hostilidade de um vizinho com minha família, apesar de nossas tentativas de tratá-los com bondade e afetuosidade.
  • Comportamentos imorais e pervertidos de nossa cultura aos quais são celebrados e promovidos por todos ao redor.
  • Doenças incuráveis e deficiências incapacitantes que tornam a vida tão difícil.
  • Crescimento nas estatísticas de forma generalizada em violência, crimes e abusos diante de nossa aparente incapacidade de detê-los.
  • Terrorismo e guerra entre as nações e grupos religiosos que destroem países e matam inocentes.
  • Nossa inclinação pessoal para certos pecados que nos fazem tropeçar com certa regularidade.

No meio de toda essa frustração, dor e tristeza, tive esse tipo de pensamento mais vezes do que gostaria de admitir: “Por que eu deveria me preocupar com a justiça? Talvez devesse desistir de seguir os caminhos do Senhor e buscar o máximo de prazer que puder no aqui e agora “.

Se você já teve pensamentos semelhantes, saiba que não você não é o único. O famoso salmista Asafe escreveu a seguinte passagem: “Pois tive inveja dos arrogantes quando vi a prosperidade desses ímpios… Certamente foi-me inútil manter puro o coração e lavar as mãos na inocência” (Sl 73: 3, 13)

Asafe discute com o Senhor. Ele resmunga: “Eu obedeço seus mandamentos e esta é a recompensa que eu recebo? Outros ignoram a sua existência e prosperam, e eu que sigo a sua Palavra, não recebo nada além de sofrimento e problemas?

Não sei sobre você, mas eu já estive no lugar do Asafe. E é por isso que eu amo a honestidade contida na Palavra de Deus – especificamente nos Salmos – pois nos permite que sejamos honestos sobre as nossas experiências da vida real.

Entretanto, a Bíblia não apenas nos permite essa honestidade a respeito de nossos dilemas; ela também nos fornece auxílio e esperança em relação a eles. Nos versículos seguintes, Asafe responde a si mesmo: “O meu corpo e o meu coração poderão fraquejar, mas Deus é a força do meu coração e a minha herança para sempre. Os que te abandonam sem dúvida perecerão; tu destróis todos os infiéis. ” Sl 73:26,27

Por que deveríamos prosseguir no caminho do Senhor quando parece haver uma maneira mais próspera de se viver? Porque não há prosperidade na terra que se possa comparar a um relacionamento íntimo com o Criador.

Por que deveríamos obedecer à Palavra de Deus, mesmo quando a vida não faz sentido? Porque o Autor da Palavra tem um plano perfeito que será concluído.

Como Asafe, nossa visão obstruída pelo pecado nem sempre irá enxergar tudo. Nossas mentes finitas nem sempre irão compreender todas as coisas. Nossos corações instáveis nem sempre irão confiar. Nossas almas tímidas nem sempre terão fé suficiente. Entretanto, Deus está disposto a ser incomodado pelos nossos medos, dúvidas e confusões.

Porém, acima de tudo, Cristo nunca pensou: “Por que eu deveria mesmo me preocupar com o pecado deles?” Ele experimentou a maior dor de todas para nos salvar de nós mesmos.

Agora sim, isso é razão para continuar!

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Paul David Tripp é pastor, autor e palestrante. Ele é presidente do Paul Tripp Ministries e trabalha com o objetivo de conectar o poder transformador de Jesus Cristo com a vida do dia-a-dia. Essa visão o levou a escrever 15 livros sobre vida cristã e viajar a vários lugares pregando e ensinando.

Assine as devocionais (em inglês): www.paultripp.com/subscribe.

Fonte:  www.paultripp.com | Original aqui

 

Esgotamento Espiritual e o Legalismo – Malcolm Smith

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Fariseu era uma pessoa que se havia dedicado a observar minuciosamente a lei de Moisés, chamada Torah (os primeiros cinco livros da Bíblia) na língua hebraica. O juramento dedicatório era denominado “tomar o jugo da Torah”. Consideravam-se separados para Deus, sua lei e para uns com os outros. Formavam um círculo bem fechado, dentro do qual só eram bem-vindos os devotos, círculo que os separava do mundo de pecadores lá fora.

Na realidade, as exigências da lei eram simples: amor a Deus e ao próximo. Mas a religião sente-se perturbada pela simplicidade. Em vez de perguntar como é que a lei de Deus deveria ser observada, eles perguntavam: “Como é que vamos deixar de quebrá-la?” A partir desta pergunta, todas as formas de debates e questionamentos foram surgindo, finalizando nas determinações legalísticas dos fariseus que objetivavam evitar que a pessoa sequer se aproximasse do ponto em que poderia quebrar a lei de Deus.

Estas leis feitas pelo homem eram denominadas “leis da cerca”, a saber, leis que circundavam a lei de Deus, tentando evitar que o devoto corresse o risco de quebrá-la. Nunca perceberam que se apegassem ao amor, teriam guardado toda a lei, e mais ainda. Em vez disso, enterraram-se num pantanal de preceitos sem fim e sem sentido.

As “leis da cerca” procuravam circundar todas as áreas da vida. Havia leis sobre como a pessoa devia vestir-se, sobre o que podia comer ou beber, os lugares aonde podia ir ou não, o que podia fazer, as pessoas com quem se podia relacionar e, mais importante do que tudo, o que não podia fazer no sábado, e outras centenas de pequenos rituais que precisavam ser observados quando a pessoa ia comer, orar ou jejuar.

Até mesmo o israelita secular era constantemente lembrado pelos fariseus quanto aos preceitos da lei, e sentia frequentes beliscões de consciência culpada por não estar vivendo à altura dos padrões de santidade que os intérpretes legais haviam declarado ser a verdade final.

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O mal do sistema não estava naquilo que a lei proibia, ou ordenava (embora a maior parte do sistema fosse exercício tolo de futilidade), mas na raiz do amor egoísta. A guarda das regras pelos fariseus seria aceitável por Deus; o nível de sua obediência à lei seria indicação de onde ficavam na escada que galgavam com tanto esforço, na direção de Deus. Entretanto, não obstante a retidão dos objetivos, Deus não pode ser alcançado mediante a observância de mandamentos e pelo desempenho de rituais.

Foi contra esta forma de religião que Jesus proferiu suas palavras mais duras. Quando viu o que esse sistema doutrinário estava fazendo às pessoas, ele se moveu de compaixão:

“Vendo ele as multidões,  tinha grande compaixão delas, porque andavam cansadas e abati¬das, como ovelhas que não têm pastor”. (Mt 9:36)

A essas ovelhas, cansadas e exaustas devido aos constantes jugos pesados colocados sobre elas pela religião, disse Jesus:

“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis DESCANSO PARA AS VOSSAS ALMAS. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt 11:28-30)

A palavra “cansado” significa: “exausto, ter trabalhado até que não resta força alguma”. Hoje, no contexto em que Jesus estava falando, poderíamos traduzir o texto assim: “queimados espiritualmente, esgotados de toda força espiritual, exaustos na tentativa de agradar a Deus”. Aquelas pessoas estavam sobrecarregadas, esmagadas pelo peso de todas as leis e preceitos que a religião jogara em cima delas.

Jesus convidou as pessoas a virem a ele e, ao agir assim, atirou a luva desafiadora no rosto da religião. Ele usou esta expressão: Tomai sobre vós o meu jugo… (v. 29), frase que descrevia o juramento de fidelidade à religião com todos os seus preceitos.

Jesus estava afirmando que ele próprio é a nova Tora, a nova Lei, não uma lista de mandamentos, mas uma Pessoa viva; e diz mais: que a aceitação do jugo de Cristo propicia descanso. A versão chamada Bíblia Ampliada diz o seguinte: … e encontrareis descanso — alívio, consolo, refrigério, recreação e abençoado sossego — para as vossas almas.

A religião trouxe o burnout espiritual. Jesus prometeu que vir a ele resultaria em recreação, com um período de férias… vida em que a pessoa estaria gozando de contínuo refrigério e renovação em seu relacionamento com ele.

Entrar em estado de burnout espiritualmente é alternativa que só pode ocorrer quando há má compreensão fundamental do cerne do evangelho, ou quando a pessoa falha em aplicá-lo em sua vida e ministério. Um crente espiritualmente exausto está exibindo sintomas de um problema muito mais grave.

Trecho do livro: Esgotamento Espiritual – Malcolm Smith

Por que o Facebook (e sua igreja) podem estar te deixando triste? | Russell Moore

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Fomos avisados que mídia social pode nos distrair, diminuir nossa atenção, nos desligar de relacionamentos da vida real. Agora um novo estudo sugere que o Facebook também pode tornar-nos infelizes. Eu suspeito que há alguma medida de razão nisto, e não é apenas sobre o Facebook. Trata-se de nossas igrejas.

A revista Slate cita um artigo em uma revista de psicologia social que iniciava com uma observação sobre como os estudantes universitários se sentiam mais desanimados após fazerem logon no Facebook. Havia algo que os entristecia ao “percorrer outros perfis e fotos legais, biografias vencedoras, e atualizações de status.” Os alunos tiveram o humor obscurecido porque acreditavam que todo mundo era mais feliz que eles.

A jornalista Libby Copeland especula que o Facebook pode “ter um poder especial de nos fazer mais tristes e solitários.” Como pode acontecer isso, no entanto, quando o Facebook geralmente é assim… bem, feliz, cheio de rostos sorridentes e famílias bonitas? Bom, esse é justamente o ponto.

“Ao apresentar a parte mais espirituosa, alegre de vidas tão bonitas, e convidar as pessoas a constantes comparações em que tendemos a nos ver como os perdedores, o Facebook parece explorar o calcanhar de Aquiles da natureza humana”, escreve Copeland. “E as mulheres, um grupo especialmente infeliz, podem tornar-se especialmente vulneráveis ao se informarem sobre o que imaginam ser a felicidade dos vizinhos.”

Sim, Copeland escreve, o Facebook pode registrar crianças bonitinhas e momentos agradáveis, mas isso nunca é o todo, ou mesmo a maior parte, da história de vida de qualquer pessoa. “Lágrimas e acessos de raiva raramente são registrados, nem os surtos de maluquices”, escreve ela.

Agora, em um sentido, quero falar com quem realmente se preocupa com o Facebook. Se você é aquele que se compara aos outros, desligue a tela do computador e faça uma desintoxicação do brilho azul dela. Mas ao mesmo tempo, me parece, o mesmo fenômeno está presente nos bancos de nossas igrejas cristãs.

Nossos “bem sucedidos” pastores e líderes sabem sorrir. Alguns deles fizeram escovinhas e usam abotuaduras, outros são grunges e usam cabelo bagunçado. Mas eles estão aqui para nos “empolgar” sobre “o que Deus está fazendo em nossa igreja.”

Nossas músicas de adoração são tipicamente celebrativas, tanto nas letras quanto na expressão musical. Na última geração, uma canção triste sobre a crucificação foi animada com um coro bem alegre: “Foi ali pela fé que um dia eu vi, e agora estou feliz o dia todo!”

Este não é apenas um problema da grande geração reavivalista. Mesmo as músicas de adoração contemporâneas que vêm diretamente dos Salmos tendem a se concentrar em salmos de crescimento ou de exuberância alegre, não salmos de lamento (e certamente não em salmos imprecatórios!).

Podemos facilmente cantar com o profeta Jeremias: “grande é a tua fidelidade” (Lm 3:23). Mas quem pode se imaginar cantando, na igreja, com Jeremias: “Cobriste-te de ira, e nos perseguiste; mataste, não perdoaste. Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração. Como escória e refugo nos puseste no meio dos povos.”(Lm 3:43-45).

Essa sensação de jovialidade forçada é visto nas “liturgias” ad hoc(que tem uma finalidade especifica) da maioria das igrejas evangélicas na saudação e na despedida. Ao começar o culto temos um pastor sorrindo ou um líder de louvor empolgado: “É ótimo ver você hoje!” Ou “Estamos felizes por você estar aqui!”. Ao terminar o culto o mesmo semblante sorridente e cheio de dentes diz: “Vejo vocês no próximo domingo! Tenham uma ótima semana!”

Claro que teremos. O que mais poderíamos fazer? Estamos alegres no Senhor, não estamos? Queremos incentivar as pessoas, não é? E, no entanto, o que estamos tentando fazer não está funcionando, mesmo nos termos que estabelecemos para nós mesmos. Suspeito que muitas pessoas em nossos bancos olham ao redor e acham que os outros têm a felicidade que continuamos prometemos, e se perguntam por que ela passou por elas sem avisar.

Ao não falar, quando a Bíblia fala, sobre toda a gama de emoções humanas, incluindo a solidão, a culpa, a desolação, raiva, medo, desespero, apenas deixamos o nosso povo perguntando por que eles simplesmente não podem ser “cristãos” o suficiente para, afinal de contas, sorrir.

O evangelho fala uma “língua” diferente, no entanto. Jesus diz: “Felizes os que choram, porque serão consolados” (Mt 5:4). No reino, recebemos o conforto de uma forma muito diferente do que somos ensinados em nossa cultura. Recebemos o conforto não por, de um lado, chorar por nossos direitos ou, por outro lado, fingir nossa felicidade. Somos consolados quando vemos o nosso pecado, nossa fragilidade, nossa situação desesperadora, e lamentamos, choramos, clamamos por libertação.

É por isso que Tiago, irmão de nosso Senhor, parece tão fora de sintonia com o ethos contemporâneo evangélico. “Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai”, ele escreve. “Converta-se o vosso riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza” (Tiago 4.9). O que aconteceria a um líder de igreja que terminasse o culto dizendo ao seu povo: “Tenha um dia infeliz!” Ou “Espero que todos chorem bastante esta semana!” Soaria como louco. Jesus sempre parece louco para nós, à primeira vista (Jo 7.15, 20).

Ninguém é tão feliz quanto parece no Facebook. E ninguém é tão “espiritual” quanto parece com o que julgamos como “espiritual” o bastante para o culto cristão. Talvez o que precisamos em nossas igrejas são mais lágrimas, mais falhas, mais confissão de pecados, mais orações de desespero que são profundas demais para palavras.

Talvez, então, os solitários, culpados e os desesperados entre nós verão que o evangelho não chegou para o feliz, mas para os contritos de coração, não para o saudável, mas para o doente, não para os achados, mas para os perdidos.

Portanto, não se preocupe com as pessoas felizes e deslumbrantes do Facebook. Elas precisam de conforto e libertação tanto quanto você. E, mais importante, vamos deixar de ser essas pessoas felizes e deslumbrantes quando nos reunimos em adoração. Não tenhamos vergonha de gritar de alegria e não tenhamos vergonha de chorar de tristeza. Vamos nos educar, não para fazer publicidade, mas, para a oração, por arrependimento e por alegria.

Tenha um dia infeliz (e um abençoado também).

Tradução: Rafael Bello| reforma21.org | original aqui

A Origem da Idolatria | Rev. Augustus Nicodemus

Série ”A Mensagem da Carta aos Romanos”

“Eles sabem quem Deus é, mas não lhe dão a glória que ele merece e não lhe são agradecidos. Pelo contrário, os seus pensamentos se tornaram tolos, e a sua mente vazia está coberta de escuridão. Eles dizem que são sábios, mas são tolos. Em vez de adorarem ao Deus imortal, adoram ídolos que se parecem com seres humanos, ou com pássaros, ou com animais de quatro patas, ou com animais que se arrastam pelo chão.”

Romanos 1:21-23

A Revelação Natural e o Evangelho de Cristo | Rev. Augustus Nicodemus

“Portanto, a ira de Deus é revelada do céu contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis. “

Romanos 1:18-20

Você valoriza o privilégio de ouvir o Evangelho de Cristo enquanto milhões nunca o ouviram?

Será que sua recusa em acreditar em Deus, talvez não seja uma vontade de que Ele não exista?

Qual é o seu estado diante de Deus?

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O Custo do Não-Discipulado | Rev. Ricardo Barbosa

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Em 1937, o teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer publicou seu famoso livro “O Custo do Discipulado”. Uma exposição do Sermão do Monte, na qual ele comenta o que significa seguir a Cristo. O contexto era a Alemanha no início do nazismo. Sua preocupação era combater o que ele chamou de “graça barata”, essa graça que oferece perdão sem arrependimento, comunhão sem confissão, discipulado sem cruz. Uma graça que não implica obediência e submissão a Cristo. Seu compromisso com Cristo e sua cruz o levou a morte prematura em abril de 1945.

“O Custo do Discipulado” é um livro que precisa ser lido pelos cristãos brasileiros do século 21, com sua fé secularizada, sua moral relativizada, sua ética minimalista e sua espiritualidade privada e narcisista. A “graça barata” tem nos levado a conceber um cristianismo medíocre e uma espiritualidade que não expressa a nobreza do reino de Deus.

A fé cristã não é o produto de uma subcultura religiosa. Também não é apenas um conjunto de dogmas e doutrinas que afirmamos crer. É, antes de tudo, um chamado de Cristo para segui-lo. Um chamado para tomar, cada um, a sua cruz de renúncia ao pecado e obediência sincera a tudo quanto Cristo nos ensinou e ordenou.

Muitos olham para este chamado e reconhecem que o preço para seguir a Cristo é muito alto. Esta foi a preocupação de Bonhoeffer. De fato é. Amar os inimigos, abençoar os que nos rejeitam orar por todos os que nos perseguem, sem dúvida é muito difícil. Perdoar os que nos ofendem resistir às tentações, buscar antes de qualquer outra coisa o reino de Deus e sua justiça e fazer a vontade de Deus aqui na terra como ela é feita nos céus, não é fácil. Resistir aos impulsos consumistas numa cultura hedonista, preservar uma conduta moral e ética elevada em meio a tanta corrupção e promiscuidade definitivamente tem um preço muito elevado. Porém, precisamos ver tudo isto por outro ângulo.

Se o custo do discipulado é alto, já imaginou o custo do não-discipulado? Se amar o inimigo é difícil, tente odiá-lo! Se honrar pai e mãe é custoso, pense na possibilidade de não fazê-lo! Se viver em obediência a Cristo, renunciando o pecado, exige muito, procure ignorar isto!

Vivemos hoje uma sociedade enferma. O número de divórcios aumenta cada dia. O número de filhos que desconhecem o pai é alarmante. As doenças de fundo emocional multiplicam-se. A violência cresce. A corrupção parece não ter fim. Os transtornos psíquicos na infância assustam os especialistas. A raiz da enfermidade pessoal e social, em grande parte, é o não-discipulado. Não considerar os mandamentos de Cristo, seu magnífico ensino no Sermão do Monte, seu chamado para a renúncia ao pecado e a necessidade de diariamente tomar a cruz da obediência para segui-lo tem um custo incalculavelmente maior.

Jesus nos conta a parábola de um homem que descobriu um grande tesouro que estava escondido em um campo. Com muita alegria, tomou tudo o que tinha, vendeu e, com o dinheiro, comprou o campo e com ele seu tesouro. Desfazer de tudo o que tinha foi uma decisão fácil tendo em vista o tesouro que iria adquirir. Só iremos compreender a importância da contrição e do arrependimento, da confissão e da renúncia ao pecado, da obediência aos mandamentos e do valor da cruz se tivermos consciência da riqueza que nos espera.

Pagamos um alto preço pela “graça barata”. Nossas famílias sofrem por causa dela. Nossos filhos encontram-se confusos e perdidos. A nação afunda-se na lama da corrupção, da violência e da promiscuidade. Nossas igrejas transformaram-se em centros de entretenimento religioso, com um comércio de falsas promessas em troca de um evangelho sem cruz e de um reino onde cada um é seu próprio rei.

O chamado de Cristo para sermos seus discípulos, com seu “alto custo”, é o único caminho possível para a liberdade. A única opção para a verdadeira humanidade. A única esperança para nossa sociedade enferma. Se seguir a Cristo exige muito, lembre que não segui-lo vai lhe custar muito mais.

[Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração”.]

O Engano do Teu Coração | Jonathan Edwards

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos, vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (Salmos 139.23,24).

“Nosso problema em reconhecer se há em nós algum caminho mau não é por falta da luz externa. Certamente Deus não falhou em nos dizer clara e abundantemente quais são os maus caminhos. Ele nos deu mandamentos mais do que suficientes que mostram o que deveríamos e o que não deveríamos fazer; e eles estão claramente colocados diante de nós na sua Palavra. Então, nossa dificuldade em conhecer nosso próprio coração não é pelo fato de nos faltarem normas adequadas.

Como é possível as pessoas viverem de maneira que desagradam a Deus – e no entanto parecerem completamente insensíveis a isso e seguirem em frente totalmente esquecidas de seus pecados? ” […]

Ouça a pregação completa, no vídeo abaixo:

[Audiobook] Chaves para o Crescimento Espiritual | John MacArthur

livro-chaves-crescimento-espiritual_1Quanto mais contemplo a face de Jesus nas páginas das Escrituras, tanto mais eu creio que, se você seguir as orientações apresentadas neste livro, experimentará crescimento espiritual. E compreenderá a plenitude de tudo que Deus pretende fazer em, com e por meio de você!

John MacArthur, com base em sua vasta experiência ministerial, escreve uma admirável exposição de princípios bíblicos que revela, de modo conclusivo, o propósito do homem neste mundo: entender e praticar o mandado bíblico, comprometendo-se totalmente, agora e para sempre, com a glória de Deus.

O autor prepara os leitores para este compromisso integral, centrado em Deus, apresentando-lhe passos específicos, chaves, a fim de ajudá-los a desenvolver e manter o crescimento espiritual radiante.

O objetivo é uma vida que se concentra e se focaliza em Deus, até que a pessoa seja envolvida e cativada pela majestade divina. MacArthur oferece métodos viáveis para compreendermos esse objetivo e abrirmos o cofre de tesouros espirituais, abundantes, em Cristo.

Glorificar a Deus do modo como Ele deseja; utilizar modelos significativos de oração; recompensa divina de esperança e obediência; o caminho cristão do perdão e do amor – todos os princípios básicos que levam ao crescimento espiritual autêntico são chaves que John MacArthur utiliza.

Clique no link, ouça ou faça download do audiobook gratuitamente:

http://www.ministeriofiel.com.br/audiobooks/detalhes/17/Chaves_para_o_Crescimento_Espiritual

A Parábola do Filho Pródigo | Tim Keller

Timothy Keller usa seu estilo filosófico para analisar a mais simples, porém intrigante parábola de Jesus, a “Parábola do Filho Perdido” (Lucas 15: 11-32).

Keller anuncia às pessoas que se referem erroneamente à parábola como “A parábola do filho pródigo”, quando, ao contrário, Jesus não o colocou como o centro dessa narrativa. Pai, irmão mais novo e irmão mais velho são os protagonistas dessa história abrangente, que, segundo o autor, fala de nosso relacionamento com Deus.

Ouça e faça download  dessa pregação completa no link abaixo: